...E o Ventou Levou

Atores e Diretores
Ficha Técnica
Sinopse
É considerado por muitos como o maior filme de todos os tempos. Só isto já bastaria para definir a grandiosidade da obra. Indicado a 14 prêmios do Oscar, tendo faturado 10 deles, "E O Vento Levou" é o maior clássico que o cinema já produziu. O épico, dirigido por Victor Fleming e adaptado do livro homônimo de Margaret Mitchell, conta a saga da voluntariosa Katie Scarlett O'Hara, filha de Gerald O'Hara, um imigrante irlandês que se tornou rico fazendeiro do sul dos Estados Unidos, durante a Guerra Civil Americana. A película, repleta de superlativos desde a compra dos direitos da obra pelo todo poderoso da MGM, David O. Selznick, mostra uma visão idealizada da sociedade branca do velho sul americano. Os senhores de escravos são mostrados como protetores benevolentes e a causa confederada como nobre defesa da terra natal e de um estilo de vida. Com isso, o filme apresenta um alinhamento tardio com o movimento chamado Lost Cause, algo como "A Causa Perdida".

Tudo começa com uma reunião social na grande plantação de Tara, na Georgia, cujo dono é Gerald O'Hara (Thomas Mitchell), um imigrante irlandês. Na mansão está Scarlett (Vivien Leigh), sua bela e teimosa filha adolescente. Os gêmeos Tarleton, Brent (Fred Crane) e Stuart, imploram para serem seus acompanhantes num churrasco que haverá em Twelve Oaks, uma plantação vizinha. Scarlett flerta com eles enquanto tenta obter informações sobre o homem que ama obsessivamente, Ashley Wilkes (Leslie Howard), o primogênito do patriarca de Twelve Oaks, John Wilkes (Howard C. Hickman).

Scarlett acha a vida em Tara monótona, mas seu pai diz que Tara é uma herança inestimável, pois só a terra é um bem que dura para sempre. Em Twelve Oaks, Scarlett é o centro das atenções, em razão dos vários pretendentes, mas nenhum deles é Ashley. Mais tarde, Scarlett ouve os cavalheiros discutindo acaloradamente sobre a guerra iminente que acontecerá entre o Norte e o Sul, crendo que derrotarão os 'ianques' em alguns meses. Só Rhett Buttler (Clarrk Gable), um aventureiro que tem o hábito de ser franco, não concorda com estas declarações, movidas mais pelo orgulho do que pela lógica. Um jovem, Charles Hamilton (Rand Brooks), sentindo-se insultado, tenta desafiar Rhett para um duelo, mas ele se esquiva, mesmo sabendo que o derrotaria facilmente, e se retira. Ashley tenta ir ao seu encontro para acompanhá-lo, pois Rhett é um convidado, mas é detido por Scarlett, que quer falar com ele a sós. Os dois vão até a biblioteca e ela fala para Ashley que o ama profundamente. Isto só faz ele lhe dizer que está noivo de sua prima, Melanie Hamilton (Olivia de Havilland).

Movida pela mágoa, Scarlett aceita casar com o irmão de Melanie antes que ele vá para a guerra. Assim Melanie e Ashley se casam em um dia e no seguinte Scarlett se casa com Charles, apesar de não sentir nenhuma atração ou amor por ele. O que Scarlett desconhecia é que o futuro lhe reservava dias muito mais amargos, pois durante a Guerra Civil Americana várias fortunas e famílias seriam destruídas. Numa das cenas deste período, que entrou para a história, Scarlett olha para a terra arrasada e promete que "nunca mais vai passar fome outra vez".

Um dos fatos marcantes do filme é que Hattie McDaniel foi a primeira artista de origem africana a ser indicada e a receber o prêmio de melhor atriz coadjuvante do Oscar, pelo papel de Mammy. Porém, ela não pôde comparecer à estreia de "E O Vento Levou", em Atlanta, por causa das leis racistas da época.

Ficou famosa também em Hollywood a disputa das atrizes pelo papel de Scarlett. Mais de 1400 atrizes foram entrevistadas para o papel e mais de 400 chegaram a fazer a leitura do roteiro. Vivien Leigh, que era inglesa (apesar de nascida na Índia), foi escolhida pelo produtor David O. Selznick, quando as filmagens já tinham começado. Durante as filmagens do incêndio de Atlanta, ele a viu ao lado de seu marido, o ator Laurence Olivier, e logo lhe ofereceu o papel da heroína sulista.

Apesar da direção ter sido creditada exclusivamente a Victor Fleming, ele dirigiu apenas 45% do filme. George Cukor, Sam Wood, William Cameron Menzies e Sidney Franklin, todos não-creditados, também dirigiram o clássico. Entre os roteiristas estavam também os escritores F. Scott Fitzgerald e William Faulkner.

Margaret Mitchell, a autora do livro em que o filme se baseou, escreveu o romance entre 1926 e 1929, e sua intenção original era dar à protagonista o nome de "Pansy O'Hara".

É o segundo filme com o maior número de indicações ao Oscar, 13 ao todo, ficando atrás apenas de "A Malvada" (All About Eve, 1950) e Titanic, de 1997, que foram indicados a 14 prêmios. "E O Vento Levou" ganhou 10 estatuetas, entre elas a de melhor filme, diretor, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante.